Utilize este link para identificar ou citar este item: https://bdm.unb.br/handle/10483/12399
Arquivos neste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2015_DaviddaSilvaCarvalho.pdf730,43 kBAdobe PDFver/abrir
Título: Diário do demarcador : uma introdução : a segunda subdivisão de limites espanhola e a narrativa sobre os grupos nativos 1783 -1801
Autor(es): Carvalho, David da Silva
Orientador(es): Gil, Tiago Luís
Assunto: Cabrer, José Maria, 1761-1836
Índios
Colonização
Índios - história
Data de apresentação: Ago-2015
Data de publicação: 17-Mar-2016
Referência: CARVALHO, David da Silva. Diário do demarcador: uma introdução: a segunda subdivisão de limites espanhola e a narrativa sobre os grupos nativos 1783 -1801. 2015. 41 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado e Licenciatura em História)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade a analise do discurso de José Maria Cabrer em seu diário intitulado "Diário da la Segunda Subdivision de Limites Española entre los Domínios de España y Portugal en la America Meridional Por el segundo comisario y geografo de ella, D.n Joseph Maria Cabrer Ayudante del Real Cuerpo de Yngenieros Principiada en 29 de Diciembre de 1783 y finalisada en 26 de Octubro de 1801". José Maria Cabrer não só escreveu, também transcreveu muitas cartas, ofícios e contestações dentro dos mesmos diários, que eram de competência dos oficiais de cada partida. Sendo assim, temos mais material sobre os grupos nativos "encontrados" no caminho e seu relacionamento com os trabalhos dia a dia. Cabrer foi um dos comandados na expedição demarcatória, ou seja, esteve a serviço de Don Diego de Alvear, tenente de navio da Real Armada. Logo, foi substancial observar o andamento da escrita do diário, pois, em algumas versões que consultei para a formulação de meu trabalho, observei discrepâncias, desde o número de páginas disponibilizadas ao autor original do diário ou diários, sendo assim este trabalho também lida com tais questões inerentes à divisão do conteúdo e formulação do diário produzido ou não por Cabrer. A divisão e, conseguinte peculiaridade dentro do diário, também se perfaz na forma de tentar entender "quem escreveu o quê" em dado momento do texto, ou seja, existem algumas passagens em primeira pessoa, dando maior fundamentação e crédito ao "autor" acima destacado: José Maria Cabrer. O diário foi dividido em três “tomos” bem específicos, onde busquei análise mais retida. Sendo assim, a partir das 60 (sessenta) páginas iniciais do segundo tomo, percebemos uma intensa troca de correspondências entre Don Diego de Albear y Ponce e José Maria Cabrer. Dentro das correspondências o embaraço persistiu acerca da demarcação e a ordem do Comissário para o reconhecimento do Pepirimiri, o "Rio dos Antigos Demarcadores". Foi nesta parte dos trabalhos onde localizei o discurso do autor como objeto a ser analisado como referencial teórico metodológico nesta redação. Feito isso lancei mão de algumas questões quanto à proximidade dos indígenas com outros personagens do texto, para avaliar melhor aquilo que chamo de "equilíbrio tênue" por meio de sucessivas aproximações de um pressuposto de verdade, conjecturando que os índios fizeram escolhas em seu relacionamento com outros povos. Neste texto os modos de reconhecimento de ações dos grupos indígenas, por vários meios, ajudam a interpretar melhor os espaços onde operaram estes personagens na minha fonte. Este texto ainda aborda outras questões relativas ao relacionamento das coroas portuguesa e espanhola que muito discordaram sobre o rumo dos trabalhos de demarcação, mostrando- nos, vários grupos autóctones frente a obrigatoriedade de escolher um lado e um rei em meio à trabalhos tão intempestivos. Tentei, na medida do possível, extrair do texto do demarcador indícios de alguma autonomia indígena, caso ela tenha se apresentado e pudesse ser notada. Fiz algumas analises das relações e descrições dos indígenas pelos demarcadores e pelas fontes utilizadas por eles. Sendo os “índios” apresentados em muitas partes, como operantes as margens das possibilidades e relações entre as coroas, com maior ou menor grau de autonomia dentro do jogo de interesses. Trabalho ainda com o limiar entre a fala do autor e o discurso dos padres, principalmente jesuítas, nesta redação. Ao ler este texto, a variação de interesses derivará das intenções de seu observador, devendo este interesse sempre ser pesado. Mas cabe ao leitor sempre fugir do historicismo textual e do presentismo inerentes, principalmente, ao campo da temática indígena, pois é fundamental em minha proposta adicionar mais pontos de analise à discussão dos indígenas em meio aos trabalhos localizados na expedição demarcatória espanhola, do que o simples "fatalismo" apresador ou o extermínio de várias sociedades índias. Em minhas ponderações tento entender como tantos indígenas “poderiam” ter ou tiveram um importante papel na construção da ordem dos trabalhos. Para isso passo a análise de alguns trechos de minha fonte, que creio eu, atestem no discurso do autor a "utilidade", autonomia temporal de escolha e ação e indicativos de ação indígena dentro do diário de Cabrer. Pois, como pude avaliar, os índios não só existiram em demasia na época da demarcação, como também foram essenciais para a manutenção e existência dos trabalhos, tendo o autor reconhecido isso de forma direta ou indireta em seu discurso.
Informações adicionais: Trabalho de conclusão de curso(graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, 2015.
Aparece na Coleção:História



Este item está licenciado na Licença Creative Commons Creative Commons