A arte como extensão da vida real : narrativa cinematográfica e narrativa historiográfica no trabalho de John Cassavetes

Abstract

Este trabalho consiste numa análise da narrativa cinematográfica criada pelo cineasta norte-americano John Cassavetes em dois de seus filmes - “Uma Mulher Sob a Influência” (1974) e “Noite de Abertura” (1977) - com o intuito de exercitar a possibilidade proposta por Ricardo Borrmann no artigo “Cinema, imagem e história na leitura de Carlo Ginzburg sobre o livro póstumo de Kracauer” de construir uma narrativa histórica mais próxima de uma narrativa cinematográfica. Isso é feito a partir de uma investigação do realismo (como conceituado por André Bazin no livro “O que é cinema?”) utilizado por Cassavetes para criar a ilusão de imprevisibilidade, que coloca em prática a filosofia do diretor da arte como extensão da vida real - descrita em sua autobiografia “Cassavetes on Cassavetes”, editada por Ray Carney.