Produtividade e estagnação em economias duais

Abstract

O intuito do presente trabalho é analisar as mais recentes contribuições no campo de análise de economias duais, mais especificamente o paper de Storm (2017). O autor faz um modelo em que a economia se divide em dois setores, um estagnado e outro dinâmico. Na medida em que há progresso tecnológico no setor dinâmico, trabalhadores são expulsos deste setor e migram para o estagnado. O excesso de trabalhadores no setor estagnado diminui os salários neste setor, fazendo com que haja uma insuficiência de demanda que acaba por retroalimentar essa dinâmica, sendo esta uma das causas da estagnação secular. O autor considera os salários no setor dinâmico exógenos à produtividade, o que, para a extensão das novas economias, pode representar um problema. Desta forma, esta alteração foi proposta, assim como simulações foram feitas para visualizar as implicações da modificação. Por fim, a economia brasileira foi dividida em setores dinâmicos e estagnados, no período de 2013 a 2019, para verificar analiticamente se, após a crise, esta dinâmica de crescimento não balanceado aconteceu. A conclusão a partir dos dados foi positiva na medida em que setores com menor produtividade acabaram servindo como receptores de trabalhadores de setores mais dinâmicos e tiveram suas produtividades diminuídas. Esta é uma das causas do baixo crescimento no Brasil no período em questão.