Existe cor na imprensa feminista? limites e potencialidades do debate racial nos periódicos Mulherio e Nzinga informativo (1980-1988)

Abstract

Neste trabalho, busco averiguar os limites e as potencialidades do debate racial em dois periódicos da imprensa feminista e de mulheres negras: Mulherio (SP) e Nzinga Informativo (RJ), durante a temporalidade da década de 1980. Isso foi feito através da investigação historiográfica conduzida pela análise e cruzamento das fontes documentais e pela pesquisa bibliográfica. Investigando a agenda, motivações e objetivos de ambos os periódicos, realizo a aproximação entre as fontes para averiguar em que medida o debate racial perpassava os veículos da imprensa feminista brasileira. Através de métodos da História Social, busquei evidenciar a pertinência de um olhar interseccional para com a história de mulheres negras, interessada nas dimensões das opressões que as atravessam historicamente. Com a incorporação dessa análise, interessa-me contribuir para os estudos dos movimentos feministas e de mulheres negras, evidenciando a agência de mulheres que não eram vistas como prioritárias na ordem do discurso estabelecida socialmente, culturalmente e politicamente.