Percepção de mulheres sobre violência obstétrica ao longo do ciclo gravídico puerperal

Abstract

Introdução: A violência obstétrica é uma problemática de ordem social que impacta os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. A percepção delas sobre a ocorrência pode ser modificada pelo próprio processo parturitivo e também pelo desconhecimento e o envolvimento com os sentimentos de medo e dúvidas. Objetivo: Compreender a percepção de mulheres usuárias dos serviços públicos de saúde, sobre violência obstétrica no ciclo gravídico puerperal. Método: Recorte transversal, exploratório e qualitativo oriundo de estudo multicêntrico. A coleta de dados ocorreu entre junho de 2019 a fevereiro de 2020 por meio de entrevistas semiestruturadas. Para a análise realizou-se a leitura flutuante e a formação de núcleos de sentido que deu origem a categorias temáticas. Resultado: Das 10 entrevistas analisadas emergiram quatro categorias: (Des) humanização da assistência”; “Naturalização da Violência Obstétrica”; “Melhorias dos Serviços de Saúde” e a “Participação do Acompanhante no Ciclo Gravídico Puerperal”, Discussão: A desumanização empregada na assistência aliada e justificada, pela falta de infraestrutura hospitalar, naturaliza a violência, que reforçada pela falta de legislação em âmbito nacional respaldando argumentos para os infratores Considerações Finais: As mulheres apontaram a falta de cuidados humanísticos e infraestrutura, naturalização da violência obstétrica e a transgressão da lei do acompanhante.