Levantamento bibliográfico de parâmetros e tendência de comportamento da frente de carbonatação acelerada em concretos

Abstract

O estudo da frente de carbonatação para concretos e a verificação de como ele se comporta em sua aplicação acontece através de ensaios acelerados, com o controle de variáveis intervenientes. A carbonatação é um tema de relevância por estar associado à durabilidade do concreto. Em 2015, a ISO 1920-12:2015estabeleceu um padrão de ensaio de carbonatação acelerada, entretanto, grande parte dos estudos que envolvem o assunto, não seguem este padrão, o que dificulta a comparação fidedigna entre os resultados. A falta de padronização diz respeito, geralmente, aos fatores ambientais e aos procedimentos experimentais necessários para a realização de ensaios experimentais. Nesse sentido, este trabalho avaliou a variabilidade que existe nos últimos estudos publicados, no que diz respeito às condições aplicadas para a realização dos ensaios de carbonatação acelerada. Pesquisou-se os trabalhos publicados dos últimos 5 anos, após publicação da ISO 1920-12:2015, a fim de verificar as variâncias de realização dos ensaios. Também foi analisada a tendência do comportamento relacionando a profundidade de carbonatação com aspectos importantes do concreto que influenciam diretamente o seu comportamento. Determinou-se, para concretos convencionais e concretos com agregados reciclados, as relações entre: a profundidade de carbonatação (mm) x relação água/aglomerante; profundidade de carbonatação (mm) x consumo de cimento (kg/m³); e a comparação entre a profundidade de carbonatação (mm) para ambos os tipos de concreto. Constatou-se que há uma grande diversidade nos tipos de corpos de prova, idade dos ensaios, temperatura, umidade relativa e concentração de CO2, comprovando que mesmo com a introdução da ISO 1920-12:2015 ainda há uma variação de métodos de ensaio. A relação entre a profundidade de carbonatação e a relação água/aglomerante acontece de forma linear, ou seja, a relação é diretamente proporcional e quando a relação de água/aglomerante aumentaa profundidade de carbonatação também aumenta. Também foi verificado que quanto maior o consumo de cimento menor a profundidade de carbonatação. E, comparando os resultados entre os dois tipos de concreto, verificou-se que o avanço da profundidade de carbonatação para concretos com agregados reciclados é mais intenso do que para concretos convencionais. Assim, neste trabalho foram avaliados os principais parâmetros de ensaio e outros fatores que interferem na carbonatação.