Tratamento conservador da disfunção sexual em homens com diagnóstico de câncer pélvico : uma revisão sistemática

Abstract

Contexto: Uma das alterações causadas pelos cânceres pélvicos é a piora da função sexual (FS) dos pacientes, influenciando na qualidade de vida (QV) durante e após o tratamento. Em homens, a disfunção sexual (DS) é associada à gravidade da disfunção ejaculatória, insatisfação sexual, redução da libido e do desejo sexual, diminuição da intensidade do orgasmo, dificuldade de ereção e redução da frequência sexual. Objetivo: Revisar de forma sistemática a efetividade dos tratamentos conservadores na disfunção sexual (DS) de homens com câncer pélvico. Aquisição de evidências: Pesquisas sistematicamente realizadas na Cochrane Library, PubMED, Cinahl, PEDro, Embase e BVS em setembro de 2021, utilizando combinações MeSH dos termos relativos à população, delineamento do estudo, intervenção e desfecho. 14 artigos foram incluídos e o risco de viés avaliado usando a escala PEDro. Síntese de evidências: os estudos incluídos usaram treinamento da musculatura do assoalho pélvico (TMAP) (oito estudos), biofeedback (um estudo), vibrador peniano (um estudo), eletroestimulação (dois estudos), terapia por ondas de choque (TOCBI) (dois estudos), exercícios aeróbios, resistidos e de flexibilidade (três estudos) e dispositivo de ereção a vácuo (um estudo). Todos os artigos avaliaram função sexual e indicaram melhoras no grupo intervenção, cinco sem diferenças significativas entre grupos. Artigos envolvendo TOCBI mostraram melhoras na DS, mas não clinicamente significativas. Os estudos que avaliaram QV relataram benefícios no grupo experimental. Há relatos de efeitos adversos do DEV e vibrador peniano. Conclusões: Existem evidências de que os tratamentos conservadores são eficazes no tratamento de DS de homens com câncer de próstata, quando comparados a outros tratamentos. São necessários mais trabalhos para avaliar os efeitos indesejados dos tratamentos. Resumo do paciente: Neste artigo, encontramos boas evidências que sugerem que terapias conservadoras melhoram a FS e QV desse público. Os benefícios de segurança de aplicabilidade são menos claros.