Revisão bibliográfica e prospecção tecnológica da utilização de óleo essencial de Melaleuca alternifolia em complexos nanoestruturados

Abstract

Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo em vista que 80% desta população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% destes utilizam plantas ou preparações destas. Sabe-se que a atividade farmacológica em plantas se deve a presença de princípios ativos capazes de desempenhar inúmeras atividades biológicas, exercendo um papel fundamental frente ao processo de saúde-doença. Com vistas a contribuir para um melhor entendimento deste extenso setor da ciência, optou-se neste trabalho por focar no óleo essencial de melaleuca que é derivado principalmente da planta nativa australiana chamada Melaleuca alternifolia. Este óleo é composto principalmente de monoterpenos, sesquiterpenos e seus álcoois associados. De acordo com a literatura este composto possui atividades fungicida, anti-infeccioso, anti-inflamatório, antisséptico, antiviral, inseticida, bactericida, imune-estimulante, entre outras. No entanto, existem limitações associadas a aplicações biológicas de óleos essenciais (OE) como é o caso da alta instabilidade na presença de oxigênio, luz, calor, umidade e metais, sendo submetidos a diversas reações de degradação. Esta instabilidade dificulta a conservação dos OE, fazendo com que o seu processo de armazenamento seja fundamental para a manutenção de sua qualidade. Assim, vislumbrando proteger o OE de sua instabilidade e assim resultar numa entrega controlada, biodisponibilidade e eficácia aprimorada, recentemente nanopartículas poliméricas foram desenvolvidas para encapsular OE.