Relação capital-trabalho em decorrência das transformações tecnológicas e o avanço das plataformas digitais

Abstract

Este trabalho busca compreender o processo histórico do capitalismo e suas implicações na relação capital trabalho, em particular, a expansão das plataformas digitais, advindas do desenvolvimento de novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Nessa direção, o trabalho problematiza a regulamentação e discussão no âmbito acadêmico, setor governamental e institutos de pesquisas no que diz respeito a essa nova relação precarizada de emprego, que vem sendo denominada de “uberizada”. Desse modo, no trabalho, foi composto um quadro geral de análise que busca apresentar elementos sobre as novas formas das relações de trabalho e tem como objetivo geral estudar a correlação entre os fenômenos do mundo do trabalho na atualidade como o empreendedorismo e sua precarização com ênfase nas plataformas digitais prestadoras de serviços. Os procedimentos metodológicos da pesquisa passaram pela revisão bibliográfica ao analisar a evolução histórica do capitalismo em especial no Brasil, e o processo que alterou as relações de trabalho até chegarmos ao neoliberalismo e a mistificação do empreendedorismo. A modalidade da pesquisa foi qualitativa que busca analisar a organização do trabalho dentro do modelo neoliberal e refletir sobre a precariedade da relação de trabalho com base em empresas conhecidas como plataforma de aplicativo. Os resultados da pesquisa demonstram por diversos meios que os trabalhadores que atuam em plataformas têm elevada intensidade de trabalho, prolongamento da jornada sem uma remuneração justa, assim configurando uma situação de superexploração. Além de demostrar como as plataformas atuam conjuntamente com o poder público para dificultar ou inviabilizar o reconhecimento de direitos sociais vinculados à política de trabalho. E para agravar ainda mais esse contexto a Reforma Trabalhista aprovada em 2017, facilitou a implementação da uberização do trabalho inserindo a cultura de relações mais “flexíveis” com menos direitos e com o enfraquecimento dos aspectos coletivos do trabalho.