O processo histórico-ambiental de coleta das espécies exóticas invasoras de gramíneas no território brasileiro : uma contextualização da presença da espécie Melinis minutiflora P. Beauv. no Distrito Federal

Abstract

As espécies exóticas invasoras (EEI) são consideradas uma das maiores causas de perda de biodiversidade e representam um enorme desafio aos pesquisadores da área ambiental. No Brasil, espécies de gramíneas exóticas foram introduzidas e dispersadas como forrageiras e muitas se tornaram invasoras ao se estabelecerem em ambientes favoráveis. O presente trabalho pretende relacionar a história ambiental do Brasil e de ocupação do bioma Cerrado com as coletas biológicas de 8 gramíneas exóticas invasoras feitas temporalmente e armazenadas em herbários consultáveis virtualmente. Feito um recorte para o Distrito Federal, identificamos as primeiras e últimas coletas com intuito de pesquisa, sendo e fizemos um panorama da falta de atualização nas coletas para os herbários virtuais das espécies do gênero Urochloa (Syn. Brachiaria). A espécie em destaque no presente trabalho foi a gramínea africana Melinis minutiflora P. Beauv (capim-gordura). É nítida a sua introdução no Brasil a partir do início do século XIX, conforme relatos de literatura e registros de coleta na base de dados speciesLink. A dispersão e invasão do capim-gordura em áreas degradadas é preocupante, principalmente em unidades de conservação. Constatamos que a espécie tem coletas recorrentes no Distrito Federal. Entretanto, é visível a necessidade de novas expedições em áreas de Cerrado dos estados do Maranhão e Tocantins, de modo a buscar possíveis novas ocorrências. Sugerimos também o incentivo a expedições de coleta para acompanhamento nas unidades de conservação do Distrito Federal das gramíneas exóticas invasoras e principalmente do capim-gordura, devido à sua alta agressividade.