Os programas de aleitamento materno e a qualidade do leite ofertado a crianças pretermo pelos bancos de leite humano : uma revisão

Abstract

Atualmente, o aleitamento materno, no Brasil, é uma prática bem sucedida devido aos programas oficiais de incentivo ao aleitamento materno que se iniciaram na década de 80 e perduram até hoje. A partir da mobilização dos profissionais da área da saúde, dos órgãos governamentais e não governamentais e da sociedade, foi possível alcançar, no final da década de 80, um aumento do período de amamentação. Mesmo assim, ainda existe o desmame precoce na classe média e, principalmente, na população de baixa condição sócio-econômica. Os motivos para o desmame precoce vão desde a falta de informação sobre o aleitamento materno até o retorno da mulher ao mercado de trabalho. Com o intuito de resolver estes e outros problemas, os hospitais públicos e alguns privados iniciaram trabalhos de conscientização da gestante, no pré-natal, e criaram os Bancos de Leite Humano (BLH). A qualidade do leite humano cru e processado no BLH está relacionada às condições higiênico-sanitários adotadas desde a coleta até a distribuição. O nível de contaminação microbiana do leite após o processamento térmico (pasteurização 62,5oC/30 minutos) garante a morte de possíveis patógenos presentes do leite e assegura a qualidade do produto; porém, não elimina somente patógenos, mas também ocasiona perda no valor biológico e possivelmente mudanças químicas na fração lipídica. Tendo em vista que a qualidade nutricional e imunológica, assim como a segurança do produto, resultam de um conjunto de ações de controle e monitorização, faz-se necessário implantar as boas práticas de processamento e sistema de controle preventivo para identificar e corrigir os pontos falhos na cadeia produtiva e na manipulação.