Referência: | SILVA, Edneide Maria da. Perfil epidemiológico e nutricional de crianças indígenas da etnia Atikum, Pernambuco, Brasil. 2014. 40 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Nutrição)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014. |
Resumo: | O objetivo desse trabalho foi traçar o perfil epidemiológico e nutricional de crianças indígenas pertencentes a cinco aldeias da etnia Atikum, município de Carnaubeira da Penha, Pernambuco. A amostra compõe-se por 47 crianças com idade entre 0 meses a 05 anos de idade. A fim de classificar o estado nutricional dessas crianças coletou-se dados como peso, estatura, idade e sexo. Para classificar o estado nutricional das crianças foram utilizados os critérios definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2006). Os índices antropométricos foram analisados utilizando o programa Antro e as Curvas de Crescimento ambos da OMS. Participaram da pesquisa também 33 mães, as quais responderam ao Questionário de Frequência Alimentar (QFA) para verificar os hábitos alimentares frequentes das crianças do estudo. Dados referentes aos aspectos socioeconômicos e de segurança alimentar das famílias estavam contidos nesse questionário. A analise dos dados foi realizado por meio de uma planilha construída no programa Excel e regra de três. Os resultados destacam que 70,2% da população estudada estão com peso e estatura adequados para idade, por outro lado, 25% estão com baixa estatura e 6,3% com peso elevado para a idade. O índice antropométrico peso por estatura apresentou sobrepeso ou obesidade em praticamente uma terceira parte das crianças (29,8%) e magreza em 4,2% dessas. Destaca-se ainda a introdução precoce de alimentos industrializados, antes ou a partir dos 6 meses. A predominância de aleitamento materno foi de 57,6% contra 42,5% que recebiam leite artificial, porém o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês teve um percentual de apenas 6,8. A média da renda familiar está em torno de $ 485,87 centavos, tendo 75,4% das famílias renda mensal abaixo de 1 salário mínimo. 33,3% das famílias residem em casas de taipa e 36,4% dessas moram em casas sem reboco e piso de barro/chão, além disso, mais da metade (67,1%) estão em insegurança alimentar. Conclui-se que a introdução precoce de alimentos calóricos pode estar influenciando o sobrepeso e obesidade nas crianças. As condições socioeconômicas como renda familiar, escolaridade dos pais e tipo de moradia também são fatores relevantes para os casos de baixa estatura e magreza nas crianças. Faz-se realmente necessário desenvolver ações de promoção à saúde, incluindo reeducação alimentar e nutricional, com a finalidade de garantir melhores condições de saúde e alimentação. |