Perdas de água e solo sob cerrado natural, pastagem degradada e pastagem restaurada na APA das nascentes do Rio Vermelho (GO)

Abstract

Aproximadamente 45% dos solos mundiais se encontram degradados em algum nível em decorrência de uso intensivo e alterações climáticas. A erosão é uma das principais formas de degradação do solo e é altamente afetada pela cobertura do solo, que contribui com a manutenção da qualidade das águas, mostrando ser um fator fundamental na sustentabilidade ambiental. Este estudo tem como objetivo comparar as perdas de solo e água em três tipos de cobertura do solo em propriedades dos municípios de Buritinópolis, Damianópolis e Mambaí, no estado de Goiás. O estudo foi realizado nos solos Latossolo Vermelho, Neossolo Litólico e Neossolo Quartzarênico, na região da APA das Nascentes do Rio Vermelho (GO). A precipitação no ano hidrológico 2022/2023 foi de 1.095,5 mm, enquanto a erosividade foi 7209,2 MJ mmha-1h -1 em Mambaí, 7356,6 MJ mm ha-1h -1 em Buritinópolis e 7353,7 MJ mmha-1h-1. O escoamento superficial médio anual foi maior na pastagem degradada em Buritinópolis, 39.099,37 mL, no cerrado natural em Damianópolis, 35.842,3 mL, e na pastagem restaurada em Mambaí, 25.584,17 mL. A concentração de sedimentos média anual foi maior na pastagem degradada em Buritinópolis, 18,6 g/L, na pastagem restaurada em Damianópolis, 1,26 g/L, e na pastagem degradada em Mambaí, 3,22 g/L. A resistência à penetração do solo média foi maior no cerrado natural em Buritinópolis, na pastagem restaurada em Damianópolis e na pastagem degradada em Mambaí. A velocidade de infiltração média foi maior na pastagem restaurada em Buritinópolis e no cerrado natural em Damianópolis e em Mambaí. Todas as propriedades apresentaram correlação positiva entre escoamento superficial e quantidade e concentração de sedimentos. A concentração de sedimentos indica a influência da cobertura vegetal protegendo o solo dos processos erosivos, tornando-a um fator positivo na conservação da qualidade ambiental e da produtividade do solo.