Responsabilidade social e Serviço Social : uma nova perspectiva para a profissão

Abstract

O presente trabalho busca estabelecer um debate dialético entre a concepção da responsabilidade social e a análise de autores do Serviço Social sobre essa área como espaço sociotécnico do trabalho dos/as assistentes sociais. O intuito do debate é findar em uma perspectiva crítica, porém sugestiva, à aderência dos profissionais da área aos setores de responsabilidade social, alocados nas instituições não estatais, como forma de ocupação bem como intervenção desses cenários. O debate se finda com as percepções externas às críticas do Serviço Social, sobre o conceito de responsabilidade social, seu surgimento no cenário brasileiro e as implicações para a construção e consolidação do papel do Estado perante as expressões da Questão Social. Os principais resultados apontam para uma relação dialética que permeia desafios para os profissionais devido uma inconsistência na abordagem perante as instituições não estatais no que tange a intervenção de assistentes sociais nas áreas de responsabilidade social de suas instituições. A dúvida acerca da concepção sobre a atuação dos profissionais norteadas em prol da manutenção da ordem societária vigente e do acúmulo de capital em suas diversas instâncias, também pode ser debatida em prol de um consenso sugestivo sobre a atuação dos profissionais. Isso, ao mesmo tempo ao qual foi possível conceber a atuação nesses setores como uma oportunidade aos assistentes sociais de apropriação técnica de um tema que vem repercutindo e ocupando grandes espaços na atuação direta com as sociedades, muitas vezes, em situação de vulnerabilidade social. Chegando na ideia de que a ocupação dos profissionais se traduz como um importante espaço a ser ocupado pela profissão, seguindo seus compromissos, estabelecidos pelos código de ética e projeto ético político em prol da garantia de que o papel do Estado não seja banalizado e esquecido enquanto as instituições não estatais passam a incorporar responsabilidades que não lhe competem, desertando riscos resultantes dessa banalização.